terça-feira, 30 de junho de 2015

Cinco minutos no centro


Uma alma doente vaga.
Persistente.
Apenas segue em frente.
Inerente, sem nenhum medo aparente.

Sem ente querido.
Vagando sem sentido,
Depois de tudo que foi sentido,
Mas nunca ouvido.

Segue a vertente eloquente,
De ser um louco inconsciente.
Um tanto quanto inconsequente,
Já nem se sente indecente.

Descalço, com o pé cheio de bolha.
Vagando, com o olho trincado.
Janela da alma, imagem distorcida
É esse o reflexo do Diabo.

Conversando com a estátua na sé.
Que sina dolorosa, né não?
Ali, parado de pé,
Trocando uma ideia com Don João.

O homem fabricou o fel.
Que fumado, é melhor do que mel.
Te faz subir, e tocar o céu.
E depois, de Satã virar réu.

Zumbis, que perderam o essencial.
A boa e velha capacidade de escolher.
Seres que vêem como dia especial,
O dia em que vão morrer.

Ciente de que é o remanescente,
Mente, sempre cordialmente.
Para com a lata, finalmente,
Se firmar como indigente.

Cinco minutos no centro.
É só olhar ao redor.
Verá indiferença ao relento,
Verá sangue mesclado com suor.

Cinco minutos no centro.
Não precisa de muito mais.
Para perceber que está tudo errado.
Que estamos andando para trás.

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