Nem um coração bem
sucedido,
Pode explicar esse
sentimento.
Pois o que é para ser
sentido,
É dito apenas no momento.
Existem tentativas de
explicação,
Mas todas são
incompletas.
E toda essa confusão,
Fode com qualquer
poeta!
Pois cabe a ele a
tentativa de explicar.
Materializar o que se
sente e não se pode falar.
Sonhar em dobro e fazer
a metáfora cantar,
Tentar compor em versos
a beleza que é amar.
Mas como explanar tal
sentimento,
Se é mutável e
blindado?
Tal dúvida é um
tormento,
Pois não dá para
exagerar o exagerado.
Ao amor presente restam
as metáforas.
Ao amor passado restam
as anáforas.
Ao amor futuro restam
as catáforas.
À mistura de tudo
restam as diáforas.
Pois amar, é enxergar o
que não se pode ver,
Sem poder observar e apenas
contemplar.
É sentir, sem nada
entender.
É de corpo e alma se
entregar.
É de si mesmo cuidar,
É acima de tudo se
amar.
É não prender, e deixar
o outro voar,
Para que as asas do
amor, não passem a atrofiar.
Falar de amor é
redundante,
Pois sempre chegaremos
ao mesmo lugar.
Já que amar é ser um
eterno estudante,
De simplesmente amar.