segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Gostaria de uma resposta



Atordoado olhando para o oceano
Com cicatrizes em minha mente
De olhos vendados para o insano
Vendo o mal como atraente

Tudo que busco são respostas
Pois perguntas não param de surgir
Estou cansado de minhas derrotas
Me diga porque não fugir?

A ingratidão toma conta de meu ser
Somatizada com o medo de adoecer
Pois toda vez que vejo o anoitecer
Oro por um novo amanhecer

Tome conta da minha vida.
Tome conta das minhas vontades
Cuide de minha alma enfraquecida
Traga ate mim novos ares

Estou aparentemente ciente
De que estou clinicamente carente
Impotente e consciente
Mecanicamente obediente

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Exaustos em plenitude



Te vejo tão cheia de defeitos.
Te olho, te amo, te sinto.
A tudo estamos sujeitos.
De ti estou faminto.
Estou extindo, por instindo, do labirinto.

Dentro de ti sinto quenturas.
O mundo para, e fazemos loucuras.
O relógio está a nosso dispor.
O tempo corre a nosso favor.

Sinto seu mel em minha boca.
Sinto sua viscosidade em meus dedos.
Usamos de nossos próprios brinquedos.
Contamos segredos, sem medos.

Suor escorrendo de meu rosto.
Sorrisos brotando do seu.
O prazer nos é imposto.
E eu sinto o que é meu.

Exautos em plenitude.
Após a batalha veio o aprendizado.
Vivendo intensamente nossa juventude,
Para o hoje ser eternizado.



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Quero, quero e não devo



Quero fugir de casa.
Quero caminhar na aurora,
Sem me preocupar com o amanhã,
Sem me preocupar com a hora.

Quero fazer o que eu quiser.
Quero minha comida na mesa.
Não me preocupar com o que vier,
E viver de mecanismos de defesa.

Não quero viver o presente.
Não quero virar adulto.
Quero pra sempre ser um adolescente.
Dos esforçados, ser apenas um vulto.

Quero me deitar, esperar a vida passar.
Quero um prato de comida mastigada.
A ponte do crescimento, não quero atravessar.
Quero uma vida desgraçada.

Quero, quero e não posso.
Quero, quero e não devo.
Quero, quero e não faço.
Quero, quero e não deixo.

Devo correr atrás.
Devo pestanejar.
Devo o medo integrar.
Devo minha vontade trucidar.

Estudar, e virar um cidadão.
Trabalhar, e me tornar responsável.
Priorizar a necessidade da vontade.
Por favor, alguém segura minha mão?

Quero fugir!
Quero sucumbir!
Quero desistir...
Mas não vou.

Quero colo.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Gratidão

Me sinto grato pela vida. Me sinto grato por ter a capacidade de sentir. Por receber aplausos numa roda vibrante, por não ter feito mais do que a minha obrigação. Sou eternamente grato por ter sido escolhido a dedo para participar da imensidão do pássaro de olhos enormes. Por possuir afiadas ferramentas, para esculpir a moral, e entender o simbolismo por trás das coisas. Sou grato pelo mestre de cabelos grisalhos que me aponta o horizonte escuro que tenho que seguir. Por ter ao meu lado uma bela dama de cabelos cacheados, que a todo momento me dirige sábias palavras diretas e amorosas. Sou grato por olhar para o mar, e ter a bela e única sensação de que tudo aquilo foi feito para mim. Sou grato por fazer parte de um enorme jogo de xadrez, onde as jogadas são antecipadas por um poder maior. Sou grato por amar e ser amado. Sou grato por aprender a manusear uma espada. Por aprender a linda arte de matar. Sou grato por não ser um verme, um simples parasita, que necessita de um paradeiro, para sugar aceitação e "amor". Sou grato pela minha menina de olhos castanhos, que já não faz com que eu me destrua, e me ajuda a crescer. Sou grato pela minha eterna rezadeira, que já me deu a luz uma porção de vezes, de parto natural. Sou grato por sentir dor. Sou grato por sofrer. Sou grato por suar frio, sentir meu corpo tremulo, e sentir meu organismo pedindo algo que não quero dar. Sou grato por poder descobrir meu verdadeiro eu, e agir de acordo com o mesmo. Sou grato por viver. Sou grato. Sou grato, simplesmente por ser grato.