segunda-feira, 27 de junho de 2016

Olho Cinza

Dependência aguda.
Dor.
Alguém nos acuda.
Traz amor.

Traz só um pouquinho.
Traz só o necessário.
Uma atitude, as vezes,
Dá as coisas um novo cenário.

Pelo amor, impulsionada,
Tive a meta atropelada.
Pela dor, cicatrizada,
Que já não pesa uma tonelada.

Ainda grito por mudanças.
Mesmo com tudo a meu favor.
Pois não me contento com pouco.
Nem começou a dar calor.

No fundo do meu olho cinza,
Você não verá tristeza.
Mas pode ter certeza,
Você verá frieza.

Até procuro estabilidade.
Mas só para daqui a um tempo.
Só quando tiver lá no topo,
Explodindo de reconhecimento.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Subida

Subo, subo e subo.
Eu continuo a subir o monte.
Uma ladeira infinita,
Que ofusca o horizonte.

Ofusca o futuro.
Limita a visão.
Com destino inseguro,
Subo a pé na escuridão.

As pernas estão tremendo,
E os músculos doloridos.
O sofrimento é tremendo!
Mas a isso não dou ouvidos.

Continuo a subir,
Mesmo me dizendo pra parar.
Continuo a subir,
Pois sei que posso continuar.

Pancada caleja.
Em quantidade, elimina a dor.
Pancada amadurece.
Em qualidade, aumenta o amor.

Amor pelo outro lado.
Pelo final dessa subida.
Por ter meu objetivo alcançado,
Sem nenhuma recaída.

Para então chegar a descida,
E voltar ao ponto de partida.
Exatamente na medida,
Em que começa outra subida.