segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Celas de veludo



São enormes celas,
Com barras de veludo,
Fechadura disfarçada,
Para cego, surdo e mudo.

Emoções afloradas.
Tudo novamente.
Novamente novo.
Mentindo pra mente.

E entre a gente,
Tem uma luz fluorescente.
E é quente, quase fervente,
Que se apagou completamente.

Mais uma vez,
A luz emana ao meu redor.
E mais uma vez,
É ofuscada pelo olho e seu suor.

E olha lá, que emoção!
Cá estou, acompanhado!
Salve companheira, solidão!
Traz um whisky aqui pro meu lado.

Vamos brindar!
Vamos comemorar!
Na introspecção da madrugada,
Vou finalmente me encontrar.

Hoje entendo o canto Dos Anjos!
Então acendo um cigarro.
Pois provei daquele beijo.
E é mais que a véspera do escarro.

E senti o peso,
Vi a força com clareza,
Da famosa mão que afaga.
Que mutila e não só apedreja.

Só preciso de mais coragem,
Para fazer o que Dos Anjos almeja.
Romper minha interna barragem,
E escarrar nessa boca que me beija!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Anjo Caído

Vinte e um anos na jornada,
Fazendo merda pra caralho,
Vivendo na intuição,
Pra não ser mais um otário.

Hoje o presente é o auge,
De uma estrada montanhosa.
Que ainda manterá a inconstância,
E é sempre enganosa.

O brilho emana ao meu redor!
Mesmo com falta de fé.
É a ideia de que o suor,
Sempre me mantém de pé.

Almejando liberdade,
Fiz mudanças corajosas.
Expulsei os meus demônios,
E fui buscar minhas rosas.

Mas as vozes continuam.
Elas não param de soprar!
Elas não param de dizer:
Você vai conquistar.

E foi aí que eu descobri.
Não tenho que expulsar!
Os demônios que conheci,
Vão somente me ajudar.

Pois eles são como eu,
E como quem se identificar.
Anjos caídos e injustiçados,
Com uma sede a saciar.

Sentir que é diferente.
Que tem algo de especial.
Sentir que é linha de frente,
Pois se defende com o próprio arsenal.

Sentir que não é daqui!
Que pertence a outro lugar.
Até tem vontade de fugir,
Mas a responsa, vai priorizar.

É acordar de madrugada,
Depois de um puta pesadelo,
Pegar o beck, a caneta e a levada,
E escrever um rap inteiro.

É enxergar beleza no feio,
É enxergar feiura na beleza.
Ver que o forte é fraco o tempo inteiro,
E que o fraco é esquecido na tristeza.

E se eles são como eu,
Alguém tem que se identificar.
Anjos caídos e injustiçados,
Com só uma sede a saciar.

E se ninguém se identificar,
Simplesmente foda-se.
E quando eu passar,
Que pescoços torçam-se.