terça-feira, 22 de setembro de 2015

Pai

Ontem a noite, eu dormi,
Mas não tive pesadelo.
Isso é raro acontecer,
Então levantei ligeiro.

Era como se você estivesse aqui.
Como se pudesse me amparar.
Como se você fosse existir.
Começar a se honrar.

Mas não.
Como sempre, era ilusão.
Para então,
Sentir a grande decepção.

Onde está você agora?
Onde esteve você quando precisei?
Você dirá que vem na hora,
Mas depois dirá: "me atrasei".

Tenho um script em mente.
Já está até formalizado.
Você não vem, e mente.
Chega. Isso me deixou irritado.

É hora de falar.
Pois para algo deve servir.
Nem que seja para vomitar,
Esse dom que insiste em existir.

As palavras encaixam como vento.
Não preciso nem me esforçar.
Apenas sento e fico vendo,
O meu cérebro funcionar.

Impulsionado por emoção,
Minhas mãos, começam a tremer.
Pois finalmente chegou a ocasião,
Que o mundo vai me conhecer.

Quando disse seu nome,
Você não apareceu.
Recebí sim seu e-mail,
Valeu, mas já fudeu.

Quando disse o seu nome,
Você não apareceu.
Já nem lembro seu nome,
Pra mim você morreu.

Você sabia que sonho com você?
Sabia que a maioria é pesadelo?
Sabia que sinto falta de você?
E que pra mim, isso é um desespero?

Não pela falta, 
Apenas por sentir.
Não há merecimento.
Por isso algo está por vir.

Isso não é uma revolta.
Não, não estou revoltado.
É só que tudo tem volta,
Eu só não ia ficar calado.

Porque eles tem que te conhecer.
Tem que ao menos questionar.
O Grande Homem vai ver,
Que eu não preciso dele pra brilhar.

Se é pra jogar na cara,
Então vamos brincar:
Natasha ou Askov?
Só não vale vomitar.

Não se sinta intimidado.
Essa não é minha intenção.
Hoje me sinto honrado,
De emergir da escuridão.

Hoje eu sigo meu caminho.
Não preciso me decepcionar.
Mesmo no buso lotado e sozinho,
Meu coração está a se remendar.

Quando disse seu nome,
Você não apareceu.
Recebí sim seu e-mail,
Valeu, mas já fudeu.

Quando disse o seu nome,
Você não apareceu.
Já nem lembro seu nome,
Pra mim você morreu.