quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Terra dos mortos enfileirados

Eis-me aqui mais uma vez.
A terra dos mortos enfileirados.
Onde a lágrima fertiliza a terra,
E nascem os frutos dos pecados.

A lua é o astro vigente.
Como pude descer tão fundo?
O gosto da moral indecente,
Já havia inundado meu mundo...
Uma vez.

Imundo, de corpo e alma,
Tento escrever e manter a calma.
Nesta escrivaninha em meio as trevas,
Tento não surtar,
Uma vez.

Tento tirar proveito dessa situação nebulosa.
Quanto mais gás e neblina conseguir aspirar,
Melhor.
Acendo um cigarro, tentando não me matar.
Uma vez.

Escorre sangue de meus olhos e não posso ver.
A cruz de madeira, atravessou seu peito.
Posso apenas ouvir ele morrer.
Preciso cortar as minhas orelhas.
Surdez.