sábado, 19 de outubro de 2013

Cirurgia Espiritual

No parapeito da solidão,
Tento me equilibrar.
Para que no mar da frustração,
Aprenda a não me afogar.

Aos céus, grito por misericórdia.
Aos céus, imploro por um milagre.
Pois tudo que vejo é uma paródia,
De uma vida curta de Isaac.

Questionamentos não param de surgir.
A coragem não para de fugir.
O medo eu não paro de esculpir.
Os monstros não param de emergir.

Nos meus versos não existe o impossível.
Um anjo veio me buscar.
Me levou em um vôo incrível,
Para minha sombra integrar.

Talvez a caminho da totalidade.
Talvez em busca da verdade.
Pois as vezes a dificuldade,
Vale mais que a facilidade.

Vejo anjos alados.
Vejo nuvens esplendorosas.
Vejo seres fadados,
A serem criaturas maravilhosas.

Porque eu?
O que tenho de especial,
Para participar de tal ritual,
Tão diferente da minha vontade carnal e banal?

Meu coração para de bater.
Ouço um som angelical.
Meu corpo começa a arder.
Começa a cirurgia espiritual.

Deitam-me em uma maca.
Me sinto tranquilizado.
Puxam do bolso uma faca.
Tenho o cérebro concertado.

Volto para o plano terrestre.
Abro os olhos em meu leito.
Lembro do meu Mestre:
"Continue fazendo direito".

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