domingo, 22 de setembro de 2013

Chove, pode chover.



Andei mais de míl léguas,
Para poder te encontrar.
Mas essa chuva não da tréguas,
E não faço ela parar.

Chove dia e noite.
A chuva me atormenta.
Me castiga com açoite,
E me tira a ferramenta.

Chove dia e noite.
Chove noite e dia.
Chove toda hora,
Meu Deus, como é fria!

Essa chuva me congela,
Essa chuva petrifica.
Aos olhos é até singela...
Mas pior do que está, não fica.

Me encharca de medo,
Afoga meu amor.
De Satanás, aí tem dedo.
Mas não é o maior temor.

Os relâmpagos me acertam,
Os raios me paralisam.
As vezes, até me matam,
Outras só me petrificam.

Olho para o céu pedido luz,
E imploro por socorro.
De um sábio de capuz,
Recebo um esporro.

A luz é interna,
Não há do que temer.
Pois até em uma caverna,
De frio posso tremer.

Então deixa chover!
Não vou me afogar.
Nesse mar de sentimentos,
Terei que navegar.


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