sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Rei de mim

As águas correm calmas,
Seguindo seu fluxo natural.
Piedade de nossas almas!
O horizonte tem um final.

Já avisto a cachoeira!
Queda d'água mais traiçoeira.
É tão linda quanto o amor!
E destrutiva, a sua maneira.

É uma escolha se aventurar.
Nas águas turbulentas, mergulhar.
Você pode escolher não se molhar,
Mas isso não é viver, é funcionar.

E mesmo totalmente sem ar,
Eu mergulhei.
Em busca do desconhecido,
Me aventurei.

E hoje sei que sou rei.
Mesmo sem ver o horizonte.
Pois o que ja disse: "serei!",
Já mudou de monte.

E eu cruzei o monte.
Em busca de história.
Em busca de alívio.
Em busca de glória.

Glória interna.
Pois venci a revolta paterna.
Saí de dentro da caverna.
Mesmo que quase sem uma perna.

E hoje sei que sou rei.
Pois entendi o que é crueldade.
O que eu disse: "serei!",
Mudou até de cidade...

E sem alarde!
É a forma de se aproximar.
Do inconsciente obscuro,
Finalmente me livrar.

E perdoar.
Mas jamais esquecer.
Pra não voltar a amar.
Para a indiferença prevalecer.

Inspirei e expirei.
Eu não me desesperei.
Me calei, me mudei,
E hoje sei que sentirei,

Que sou rei!
Pois eu mudei.
O que eu disse: "serei!",
Não é mais. Eu sou.

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