segunda-feira, 2 de maio de 2016

A caverna



Dentro da minha caverna,
Conhecia só um mundo.
Caminhando sem lanterna,
Conhecia o submundo.

Prisioneiro de meus atos,
Acostumado a seguir minha verdade.
E a escuridão borrando os fatos,
E deixando ficar a ingenuidade.

Aqui, há uma fogueira.
Meu único ponto de luz.
Vermelhidão e poeira.
É tudo que me conduz.

Vendo apenas a sombra,
De acontecimentos terríveis.
Tornando minhas conclusões,
Completamente intangíveis.

Então preciso sair!
Fugir, e me desacorrentar!
Sem ar, não posso desistir!
Meu olho há de se acostumar.

O que eu via,
Não era real.
Eram apenas sombras,
Do considerado normal.

E nessa jornada lenta,
O ruim passa a ser gostoso.
A cada vez que o medo aumenta,
Eu fico mais perigoso.

Pois coloco uma direção,
E atropelo o obstáculo.
Pois o medo é combustão,
E viver é um espetáculo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário