sábado, 29 de agosto de 2015

Sangue nos olhos

Sem neurose,
Eu vou começar a falar.
Já se entrose,
E comece a me escutar.

É muito pra dizer,
Tanto pra desabafar,
Que a forma que encontrei,
Foi simplesmente vomitar.

Um líquido amargo e viscoso,
E de se admirar.
Sem ar, ele é famoso,
Por sempre aliviar.

Um cara como eu,
É difícil derrubar.
É preciso muito mais,
Pra me abalar.

Pra me fazer desistir,
E me fazer renunciar,
Do que tenho a usufruir,
Do que ainda tenho a conquistar.

Pois sei do meu potencial.
E ele não é pequenininho.
Só com metade da letra,
Eu estraçalho seu mundinho.

Que gira em torno de você,
Somente de você.
Nada mais te importa?
Ainda vai se esconder?

Já não há mais ódio em mim.
Mas também não há amor.
As coisas funcionam assim,
E esse é o preço da dor.

Já levei muita porrada,
E a visão ficou embaçada.
Gerou o sangue nos olhos,
Que hoje guia a caminhada.

E assim me sinto agradecido,
Por cada olho ferido,
Que me torna muito mais,
Do que só um moleque fodido.

E eu ainda vou provar,
Que é real minha Utopia.
E que é possível sim amar,
Sem qualquer tipo de ironia.

Sem nenhuma intenção,
E sem interesse nenhum.
Sempre em prontidão,
Para fugir do comum.

Perguntas tenho várias.
Mas nenhuma tem resposta.
Já que a sua covardia,
Sempre te mantém de costas.

Mas devo lhe agradecer.
Sim, você ouviu direito.
Eu tiro a estaca do meu peito,
Para enfím sobreviver.

Obrigado pela ausência,
Me forçou a caminhar.
A sua falta de assistência,
Fez eu me acostumar,

A ter calos em meus pés.
É calejar de tanto andar.
Valeu pela covardia,
Já sei o que não vou virar!

Já levei muita porrada,
E a visão ficou embaçada.
Gerou o sangue nos olhos,
Que hoje guia a caminhada.

E assim me sinto agradecido,
Por cada olho ferido,
Que me torna muito mais,
Do que só um moleque fodido.

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