domingo, 9 de agosto de 2015

Buraco

Sem exemplo.
Sem orientação.
Sem ninguém pra imitar,
Só para pedir perdão.

E não, não havia opção.
Era sempre uma rotina.
É impressionante,
Como o álcool te domina.

Como você se enrola.
Que dó.
Voltará para lá.
Pro pó.

Nojenta a indiferença.
Mas sei que sua alma lamenta.
Pois presa a sete chaves,
Ela grita em tormenta.

Por não conseguir ser pai.
Por não representar o papel.
Agora coloca o rabo entre as pernas, vai,
E venha contar o seu encantado cordel.

Só nunca venha pedir perdão.
Pois eu não te odeio mais.
Sinto um vazio no coração,
Um buraco que nada satisfaz.

Só por favor não venha pedir perdão.
Pois não, eu não te odeio mais.
Sinto um vazio no coração,
Um buraco que nada satisfaz.

Calor paterno, faz falta.
Eterno no interno do interno,
Que no inferno arde o materno.
E assina agora o caderno.

Passa fome?
Passa sede?
Mas, presa o nome?
Dorme na rede?

Anda dentro do carro importado?
Prefere o biscoito amanteigado?
Mas pra pensão, está endividado?
Na minha visão, é o eterno coitado.

Falta faz.
Capataz.
Jamais.
Será mais.

Jamais. E mais,
Só nunca venha pedir perdão.
Pois eu não te odeio mais.
Sinto um vazio no coração,
Um buraco que nada satisfaz.

Só por favor não venha pedir perdão.
Pois não, eu não te odeio mais.
Sinto um vazio no coração,
Um buraco que nada satisfaz.

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