domingo, 14 de maio de 2017

Sépia

O vazio me preencheu,
E me deixou sem opção.
Um pássaro morreu,
Dentro do meu coração.

Sociopatia extrema,
Cuidado!
Só simpatia externa,
Coitado.

Anos perdidos.
Vivências roubadas.
Maldito destino,
Devolva minha alma!

Vomito.
Trêmulo, a compor,
Um par de verso bonito,
Para tentar parar a dor.

Tento ter métrica.
Tento ter precisão.
Pois é mais fácil tornar poética,
Toda essa confusão.

Minha mente me tornou réu,
Que sente e destila fel.
Hoje, quando olho para o céu, 
Vejo tudo em tom pastel.

Emoções desreguladas.
Cuidado!
Leões desenjaulados.
Coitado.

O tempo está derretendo.
O universo me sufocando.
O relógio está correndo!
A areia está acabando.

Nem tão correto, nem tão bonito,
O infinito não é um Deus.
É tão incerto e tão perdido,
Como o grito de quem perdeu.

Ver em sépia é belo.
Mas é de entristecer.
Não se sabe quando é alvorada,
Nem quando é anoitecer.

Então eu sobrevivo.
Continuo a suar.
Me esforçando ao máximo,
Para ver motivos de respirar.

Consciência alterada.
Cuidado!
Personalidade alternada.
Cuidado.

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