terça-feira, 20 de setembro de 2016

O coração berra

O coração berra.
Berra por clemência.
Os olhos ardem,
Com tanta indecência.

Pois continua a tendência.
Continua a sina.
Mais uma ocorrência,
E volto para minha menina.

É um grande círculo,
Sem início, meio ou fim.
Me mantendo no cubículo,
E castigando o rim.

É assim?
Assim que deve ser?
Deixo tudo acontecer,
Sem meu caminho escolher?

Foi me dado um mapa.
E até hoje, o segui.
Passei por muita coisa,
Mas sobrevivi.

E hoje decidi.
Meu caminho vou traçar.
Como um pássaro machucado,
É hora de voar.

Pois cansei de rodear.
De andar e não chegar.
De sempre bater na mesma porta,
Esperando me convidar.

O coração berra.
Mas tenho que me acostumar.
Com esse cenário frio,
Não me congelar.

E amar.
Sem medo de falar.
Pois só assim,
A culpa vai me libertar.

Tenho uma meta,
Que é longa de alcançar.
E nem você, nem ninguém,
Vai conseguir me derrubar.

O coração berra.
Você o descontrolou.
Fez isso a vida inteira!
Agora desmoronou.

O ralado é só um arranhão,
E os galos vão sumir.
Já o coração...
Demora a se reconstruir.

Não doeu a pancada.
Nem o cachoalhão.
Doeu sua indiferença.
Doeu no coração.

E o coração berra!
Berra por mudança.
O coração chora.
Chora como uma criança.

Hoje transcrevo minha liberdade,
Em forma de poesia.
Pois sei que depois de toda noite,
Nascerá um novo dia.

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