segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Celas de veludo



São enormes celas,
Com barras de veludo,
Fechadura disfarçada,
Para cego, surdo e mudo.

Emoções afloradas.
Tudo novamente.
Novamente novo.
Mentindo pra mente.

E entre a gente,
Tem uma luz fluorescente.
E é quente, quase fervente,
Que se apagou completamente.

Mais uma vez,
A luz emana ao meu redor.
E mais uma vez,
É ofuscada pelo olho e seu suor.

E olha lá, que emoção!
Cá estou, acompanhado!
Salve companheira, solidão!
Traz um whisky aqui pro meu lado.

Vamos brindar!
Vamos comemorar!
Na introspecção da madrugada,
Vou finalmente me encontrar.

Hoje entendo o canto Dos Anjos!
Então acendo um cigarro.
Pois provei daquele beijo.
E é mais que a véspera do escarro.

E senti o peso,
Vi a força com clareza,
Da famosa mão que afaga.
Que mutila e não só apedreja.

Só preciso de mais coragem,
Para fazer o que Dos Anjos almeja.
Romper minha interna barragem,
E escarrar nessa boca que me beija!

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