segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Amor ao olhar do poeta


Nem um coração bem sucedido,
Pode explicar esse sentimento.
Pois o que é para ser sentido,
É dito apenas no momento.

Existem tentativas de explicação,
Mas todas são incompletas.
E toda essa confusão,
Fode com qualquer poeta!

Pois cabe a ele a tentativa de explicar.
Materializar o que se sente e não se pode falar.
Sonhar em dobro e fazer a metáfora cantar,
Tentar compor em versos a beleza que é amar.

Mas como explanar tal sentimento,
Se é mutável e blindado?
Tal dúvida é um tormento,
Pois não dá para exagerar o exagerado.

Ao amor presente restam as metáforas.
Ao amor passado restam as anáforas.
Ao amor futuro restam as catáforas.
À mistura de tudo restam as diáforas.

Pois amar, é enxergar o que não se pode ver,
Sem poder observar e apenas contemplar.
É sentir, sem nada entender.
É de corpo e alma se entregar.

É de si mesmo cuidar,
É acima de tudo se amar.
É não prender, e deixar o outro voar,
Para que as asas do amor, não passem a atrofiar.

Falar de amor é redundante,
Pois sempre chegaremos ao mesmo lugar.
Já que amar é ser um eterno estudante,
De simplesmente amar.

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