sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Ei garota

Ei garota da mochila roxa.
Eu acho que estou apaixonado.
Também acho que fiquei com cara de trouxa,
Escrevendo seu nome no box embaçado.

Logo eu, que não queria amar.
Logo eu, que não queria sofrer.
Logo eu, que jurei não me entregar,
Logo eu, que precisava amadurecer...

Ei garota,
Aliança no dedo, quem diria,
Que um dia ia amar.
Você sorria, ria de alegria e dizia:
Eu não pedi para você se aproximar.

Ei garota,
O tempo passou, e a história complicou.
Nossos valores inverteram.
O Conto de Fadas, um Terror se tornou.
Mas os sentimentos não morreram.

Floresceram.
Cresceram.
Se expuseram.
E nos dominaram.

Ei garota,
Eu voltei!
Foi realmente muito foda.
Diz pra sua mãe que eu cheguei,
E pede para ela comprar uma soda.

Ei garota,
Você lembra?

O cheiro ruim do meu cigarro,
A sujeira no seu crocs,
Do meu pra sempre, o seu sarro,
No meu quarto, um filme na fox.

Conversar com a lua,
Pichação na rua,
Você toda nua,
Nosso corpo flutua.

Plaza sul,
Céu azul,
Outback,
Garçon Jack.

Ou era Poul?
Brian?
Foda-se.

Ei garota,
Nossa trilha se dividiu.
Cada um foi para um lado.
O meu canto está sombrio,
Mas não posso ficar parado.

Porque se nessa trilha eu parar,
Realmente nunca vou saber,
Se no final nosso caminho vai se cruzar,
Ou se assim vai permanecer.

Ei garota!
Aqui estão os versos simples que você pediu.
Sem aquela linguagem figurada e rebuscada.
Eis aqui o relato de um poeta que sucumbiu,
Mais uma vez a vontade de sua amada.

Ei garota!
Vem me acompanhar.
Vamos ouvir os antigos discos.
Vem me apoiar,
Pois sem você meus versos são só rabiscos.

Ei garota!
Não quer saber por onde ando?
Porque não me responde?
Ficarei perdido até quando?
Não tenho mais você para dizer para onde.

Ei garota.
Desculpe garota.
Você já não é mais garota.
Eu te amo mulher.

Qual foi o ponto que te perdi?

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