sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Quero, quero e não devo



Quero fugir de casa.
Quero caminhar na aurora,
Sem me preocupar com o amanhã,
Sem me preocupar com a hora.

Quero fazer o que eu quiser.
Quero minha comida na mesa.
Não me preocupar com o que vier,
E viver de mecanismos de defesa.

Não quero viver o presente.
Não quero virar adulto.
Quero pra sempre ser um adolescente.
Dos esforçados, ser apenas um vulto.

Quero me deitar, esperar a vida passar.
Quero um prato de comida mastigada.
A ponte do crescimento, não quero atravessar.
Quero uma vida desgraçada.

Quero, quero e não posso.
Quero, quero e não devo.
Quero, quero e não faço.
Quero, quero e não deixo.

Devo correr atrás.
Devo pestanejar.
Devo o medo integrar.
Devo minha vontade trucidar.

Estudar, e virar um cidadão.
Trabalhar, e me tornar responsável.
Priorizar a necessidade da vontade.
Por favor, alguém segura minha mão?

Quero fugir!
Quero sucumbir!
Quero desistir...
Mas não vou.

Quero colo.

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