sábado, 4 de fevereiro de 2017

Epilepsia II

Ouço um estalo.
Os ouvidos começam a apitar.
Então eu me calo.
E ouço demônios a cantar.

Eu sinto e não falo.
Não estou mais aqui.
Pra este mundo, morri.
De repente sumi.

Estou no escuro.
No inferno mais quente.
Estou no calabouço,
Da minha própria mente.

Estou trancado,
Mas estou vendo a chave.
E algemado, estou impossibilitado,
De conquistar minha liberdade.

Uma viagem astral.
Uma visita ao Umbral.
Vislumbrando um vendaval,
De tormento emocional,

Que não chega ao final.
Nunca chega ao final!
Esse mal espiritual,
Não me deixa ser igual!

Me impede de crescer,
De viver e de vencer.
Faz eu querer e não poder.
Só me faz enrijecer.

E assim, perder,
Toda a malícia do meu ser.
Deixar de crer,
É o mesmo que morrer.

Abro os meus olhos,
E vejo vários outros ao meu redor.
Arregalados e com medo,
Do meu sangue e meu suor.

Limpo a boca, cuspo sangue,
E volto pra luta.
Meu Santo é forte,
Mas é um filha da puta.

Minha meta é a cura.
É tudo que sempre quis.
Preciso tornar minha alma pura.
Depois penso em ser feliz.

Deito de novo com sangue na boca,
E vestígios de ti no travesseiro.
Mas desta vez estou determinado,
A sair desse cativeiro.

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