Nenhuma rota traçada;
'Fés' morrem na madrugada,
Com uma estaca, no peito atravessada;
Uma estaca de madeira;
Uma cruz, com um ser de luz,
Expondo a maldade em uma bandeira;
Bandeira cor de pus, que dizemos ser "viver na luz",
Por sentir: "eu que o pus";
Pregos nas mãos,
Pregos nos pés;
Uma coroa de espinhos pagãos,
E várias personas patológicas de Moisés;
O sangue escorre,
Enquanto vou no corre;
Preparo-me para mais um porre,
Enquanto um inocente morre;
Pregos nas mãos,
Pregos nos pés;
Uma coroa de espinhos pagãos,
E várias personas patológicas de Moisés;
O sangue escorre,
Enquanto vou no corre;
Preparo-me para mais um porre,
Enquanto um inocente morre.
Somos o "divino";
Mas atuamos a 'divina comédia'.
Toca o sino, pequenino, do menino franzino,
Mas buscamos a fina tragédia de fazer mídia.
Queria um rivotril;
Vejam, que mundo vil;
Olhar a cruz e dizer: "o menino sumiu!";
E sem culpa carregá-la com o peito vazio;
Carregamos nosso amuleto;
Uma cruz, sem Jesus nela;
A beijamos ao entrar no gueto;
A beijamos ao entrar na favela;
Ao sair, deixamos lá a miséria,
E saímos, prontos pra fingir o sorrir;
A bactéria que deixamos com a matéria;
Então fugimos, prontos para usar e cair.
Héstia me encontrou;
Ela, mãe; pai, Hefesto;
Dionísio, me criou;
Logo, pra Deus do Fogo, eu presto.
Me contento com o resto;
Herdei a feiura de meu pai;
De minha mãe, a beleza, que empresto...
A soma, é o 'Louco que cai'.
Cai e se machuca;
Cai e bate a nuca;
Tentando voar, em constante dor,
Tenta amar, mesmo com ferro em sabor...
Pois,
Pregos nas mãos,
Pregos nos pés;
Uma coroa de espinhos pagãos,
E várias personas patológicas de Moisés;
O sangue escorre,
Enquanto vou no corre;
Preparo-me para mais um porre,
Enquanto um inocente morre;
Pregos nas mãos,
Pregos nos pés;
Uma coroa de espinhos pagãos,
E várias personas patológicas de Moisés;
O sangue escorre,
Enquanto vou no corre;
Preparo-me para mais um porre,
Enquanto um inocente morre.
Pois, mesmo sendo só história,
Toda dor, virou glória;
A tão falada ressurreição,
Virou apenas absolvição;
Perdão,
Mas não sei viver sem pecar;
Vivo em podridão,
Pois desaprendi a amar;
Pregos nas mãos,
Pregos nos pés;
Uma coroa de espinhos pagãos,
E várias personas patológicas de Moisés;
O sangue escorre,
Enquanto vou no corre;
Preparo-me para mais um porre,
Enquanto um inocente morre;
Pregos nas mãos,
Pregos nos pés;
Uma coroa de espinhos pagãos,
E várias personas patológicas de Moisés;
O sangue escorre,
Enquanto vou no corre;
Preparo-me para mais um porre,
Enquanto um inocente morre.
Sinto, por só sentir;
Minto, para o que está por vir;
Já que o tempo não existe,
Sou ainda mais culpado pela dor que persiste.
Ande com seu crucifixo;
Só entenda, que o "amor fixo",
Está fixado com dor e prego;
Tornando-te mais um cego;
Houve ressureição;
Multiplicação, de peixe e pão;
Do vinho e da ilusão...
Pois Cristo tinha fome e era louco, irmão...
Não estou a blasfemar;
Escrevendo, posso me salvar...
Posso lembrar dos que estão a vagar,
E assim, não me matar.
Pois,
Pregos nas mãos,
Pregos nos pés;
Uma coroa de espinhos pagãos,
E várias personas patológicas de Moisés;
O sangue escorre,
Enquanto vou no corre;
Preparo-me para mais um porre,
Enquanto um inocente morre;
Pregos nas mãos,
Pregos nos pés;
Uma coroa de espinhos pagãos,
E várias personas patológicas de Moisés;
O sangue escorre,
Enquanto vou no corre;
Preparo-me para mais um porre,
Enquanto um inocente morre.
A calada da noite,
É calada e inundada;
Este nosso açoite,
É a cicatriz mais focada;
Quero morrer;
Mas não vou;
Busco o sofrer,
Mesmo sendo quem não sou.
Então, Senhor,
Alimente minha dor ou amor;
Ambos são os mesmo, no frio ou calor...
Então ponha cor... não aguento mais a cinza dor.
-M. Cintra
28/05/22
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